sábado, 25 de fevereiro de 2012

Um papa cercado por lobos



Intrigas e lutas pelo poder já preparam a sucessão de um Bento XVI solitário e doente
ROMA — Contam que perguntaram, em certa ocasião, a João Paulo II: “Sua Santidade, quanta gente trabalha no Vaticano?” A que o polonês Karol Vojtyla, que foi pontífice entre 1978 e 2005, respondeu com ironia: “Mais ou menos a metade…” Agora já sabemos — continuando com o que, na verdade, não era nem é tão piada assim — a que se dedica a outra metade.
De umas semanas para cá, o Vaticano vive em comoção por conta de uma série de documentos vazados, que levaram o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, a admitir que a Igreja está sofrendo seu particular VatiLeaks — uma menção ao WikiLeaks.
A publicação de uma denúncia interna de corrupção e de um complô para matar Bento XVI deixam a descoberto as lutas de poder diante da possível iminência do fim de seu papado. Embora seja o representante de Deus na Terra, Joseph Ratzinger é, na realidade, um homem doente, às vésperas de completar 85 anos. Ou, nas palavras usadas pelo jornal “L’Osservatore Romano”, “um pastor rodeado de lobos”.
Os lobos em questão, embora se vistam com roupas vermelhas, se excitam com o sangue. E o pastor Ratzinger já avisou, há dois anos — em entrevista a Peter Seewald convertida em livro — que “quando um Papa alcança a clara consciência de não estar bem física e espiritualmente para levar adiante o encargo a ele confiado, então tem o direito — e, em algumas circunstâncias, também o dever — de se demitir. Pensaria Bento XVI em dar este passo coincidindo com o dia do seu aniversário de 85 anos — em 16 de abril — ou com o sétimo aniversário de seu papado — três dias depois?
Talvez apenas ele e Deus o saibam, mas o que parece estar muito claro é que, diante de tal possibilidade, os candidatos a sua sucessão já começaram a lutar como homens por um posto divino. E, para ser ainda mais preciso, como homens italianos. Tanto os nomes que ilustram essa história de intrigas e golpes baixos, como as armas escolhidas para o duelo são totalmente locais.
Há ainda uma outra razão de peso. O trono de Pedro vem sendo ocupado por um estrangeiro desde 1978. Já não seria a hora de o Espírito Santo voltar seu olhar para um cardeal italiano na próxima reunião na Capela Sistina?
A luta pelo poder no seio da Igreja está se desenrolando — de forma inédita e dolorosa para muitos verdadeiros homens de fé — nas páginas dos jornais diários. Como se se tratasse do último escândalo de Silvio Berlusconi.
O primeiro golpe chegou com a divulgação, por meio de um programa de televisão, de uma carta do arcebispo Carlos Maria Vigano, atual núncio nos Estados Unidos, na qual contava ao Papa diversos casos de corrupção dentro do Vaticano e pedia para ser afastado de seu então cargo como secretário geral do governo — departamento que se encarrega de licitações e abastecimentos. Vigano foi, de fato, enviado para longe de Roma, assumindo o cargo nos EUA.
O segundo vazamento revelava um suposto complô para matar o Pontífice. O jornal “Il fatto quotidiano” publicou uma carta bem recente enviada a Bento XVI pelo cardeal colombiano Dario Castrillón Hoyos, na qual contava que o cardeal italiano Paolo Romeo, arcebispo de Palermo (na Sicília), havia realizado uma viagem à China, durante a qual teria comentado: “O Papa morrerá em 12 meses.”
Mas não foi só isso. Segundo a carta do arcebispo colombiano, escrita em alemão e sob o selo “estritamente confidencial”, o arcebispo de Palermo estava com a língua solta na China, contando supostos segredos do Vaticano, tais como que o Papa e seu número dois, Tarcisio Bertone, não se dão bem e que, por isso, Bento XVI estaria deixando tudo pronto — e muito bem pronto — para que o seu sucessor à frente da Igreja seja o atual arcebispo de Milão, o cardeal Angelo Scola.
O que há de verdade e de mentira em tais confidências que vêm agora à luz? Talvez nada. Talvez, a única coisa certa seja que um setor da cúria vaticana, a casta dos diplomatas pontifícios, considere que o atual Papa tenha ido longe demais ao promover a transparência nas transações financeiras da Igreja e ao cortar, de uma só tacada, a vigente permissividade com os abusos contra menores.
Talvez muito longe e muito rapidamente para quem, no fim das contas, é um alemão de 85 anos, doente e solitário, perdido num labirinto estrangeiro, cheio de intrigas e golpes baixos.
Durante 26 anos reinou sobre o Vaticano um papa polonês, especialista em relações públicas. Há sete anos, o posto é de um introvertido Papa alemão. A impressão que se tem é que a Itália já deu início à reconquista do trono de Pedro.
 Posted on 22/02/2012 by Blog Sétimo Dia

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Televisão



"Desvia os meus olhos das coisas inúteis; faze-me viver nos caminhos que traçaste" (Salmos 119:37) - NVI


Sentimo-nos na obrigação de examinar o assunto da televisão [mais uma vez] no lar e, sobretudo, em como isto afeta o cristão. Com o rápido crescimento deste último gigante do mundo da diversão e entretenimento, e com o aumento da propaganda para que os cristãos abram os seus lares a esta obra-prima da invenção humana, cremos que é hora de encarar o assunto de frente.

Sendo assim, seria apropriado nos lembrarmos de uma pergunta que fez o profeta Isaías ao rei Ezequias: "Que viram em tua casa?" (II Re. 20:15). Este moderno meio de comunicação irá trazer ao lar uma variedade de cenas e imagens como um alimento cotidiano para seus habitantes e hóspedes. Será para a glória de Deus? Aumentará nossa ocupação com as coisas celestiais? Poderá nos ajudar a crescer no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo? Ou será algo mais para desviar nossa atenção do Único que é digno de nossa ocupação principal?

Talvez a maior ameaça que a televisão traz, diz respeito à infância e juventude. Nos lugares onde a televisão já se instalou, a juventude tem se entregue completamente a esta forma de diversão. Ela tem uma atração toda especial sobre as crianças e jovens, e suas mentes, tão impressionáveis, são facilmente influenciadas por ela. E o que assistem com tanto prazer?

Loucuras, crimes, corrupção moral e muitas outras coisas. Tudo aquilo que tem corrompido a juventude do mundo nos cinemas, e que fomentou grande parte da delinquência juvenil e desordem, está agora sendo difundido em muitos lares, hora após hora e dia após dia. Essa influência acelerará, e já está acelerando, a chegada das condições de degradação moral no mundo, à semelhança dos dias de Noé e de Ló, como prenunciou nosso Senhor (Lucas 17:26-30).

Nos assim chamados "programas para crianças", se demonstra quase todas as maneiras imagináveis de matar. A representação constante de tais crimes diante da juventude de um país, resultará ou em um estado de medo insano, ou numa fria indiferença e falta de sensibilidade -- uma diminuição do valor dado à vida humana e um desprezo por toda a virtude. Será que alguém se atreveria a dizer que Satanás não está por detrás de tudo isso?

Pais cristãos, evitem a televisão por amor de seus filhos amados. Sei que vocês não desejariam receber esta preciosa herança do Senhor, que são os filhos, para então levá-los às discotecas, teatros, estádios, ruas e poços de iniquidade deste mundo. Então trariam vocês as imagens de tudo isso para sua própria sala de estar? Talvez alguém venha a dizer que à medida em que os filhos forem crescendo irão fatalmente se deparar com essas coisas, e que não será possível protegê-los delas. Isto contém um certo grau de verdade, mas será que vocês não têm uma responsabilidade bem definida perante Aquele que confiou a vocês o cuidado dos filhos? O único período da vida de seus filhos que vocês poderão ajudar a formá-los e instruí-los nos caminhos do Senhor é durante a infância e juventude. Vocês acham certo perder esses dias, que passam tão rápido, levando-os a conhecer a ficção e as fábulas, o crime e o horror ao invés da verdade? Se vocês protegem o corpo de seus filhos dos venenos químicos, como deixarão de proteger suas mentes tão facilmente impressionáveis? O Senhor dirá naquele dia: "Dá contas de tua mordomia" (Lc. 16:2).

Pare então, querido cristão, e considere isto seriamente, antes de dar um passo e tornar disponíveis tais coisas em seu lar. O seu trabalho de criar seus filhos no perfeito caminho do Senhor nunca foi tão difícil como nos dias de hoje. É preciso uma medida especial de graça e sabedoria celestial. As instruções de Deus são para que você crie seus filhos "na doutrina e admoestação do Senhor" (Ef. 6:4), mas como irá fazê-lo se permitir a televisão em seu lar? Como podem os pais ensinarem os caminhos do Senhor enquanto os filhos estão aprendendo da televisão todo tipo de crimes, corrupção moral e os mais baixos princípios deste mundo?

Suponhamos o caso de um lar onde se permitiu a entrada da televisão. Os filhos estão absorvendo toda a emocionante, e até mesmo aterradora, ação de um programa quando o pai diz: "Desliguem a televisão pois vamos ler a Palavra de Deus." Agora, pergunto, será que aqueles filhos serão capazes de se sentarem tranquilamente e escutarem com calma a leitura da Palavra de Deus? Responder que sim mostraria uma completa falta de entendimento da natureza humana. Eles tiveram que desligar o aparelho, mas estejam certos de que a corrente de pensamentos não foi desligada de suas mentes.

Trazer um aparelho de televisão para o seu lar é como plantar, entre as suas flores mais raras e preciosas, uma erva daninha das mais nocivas e venenosas, na esperança que a erva daninha não cresça. Alguns de nossos leitores talvez argumentem que de um modo ou de outro os seus filhos acabarão por assistir tais coisas em outros lugares. Talvez este perigo possa ser eliminado, ou ao menos reduzido de modo significativo, se eles forem instruídos corretamente naquilo que agrada ao Senhor. De qualquer maneira, eles irão aprender que vocês não aprovam a televisão, e que não a permitirão em seu lar. Se o seu vizinho cria serpentes venenosas em casa, isto não quer dizer que você tenha que fazer o mesmo. Seria uma loucura criar esses répteis venenosos para que seus filhos aprendam a domá-los.

Se a vida dissoluta e o linguajar sujo dos habitantes de Sodoma afligiam a alma justa de Ló diariamente, que influência não teve isto sobre os seus filhos! O efeito desmoralizante sobre eles foi grande -- alguns pereceram em Sodoma e outros chegaram a ser uma vergonha e desgraça. A mesma história se repete com frequência com os pais que permitem algo que lhes aflija, enquanto assistem a degradação de seus filhos.

O contraste dessa influência destrutiva pode ser visto no vale de Manre. Ali Abraão, o "amigo de Deus," vivia em separação de Sodoma e ali gozava de comunhão com Ele. Acaso não teria sido ele também corrompido se as palavras e os atos dos pecadores de Sodoma tivessem sido televisionados para sua tenda? Se assim fosse, poderia ele estar em uma condição decente para receber ao Senhor como hóspede? E não é certo que sua família também teria sido influenciada?

Ló chegou até Sodoma aos poucos; o declínio é sempre gradual. Primeiro a cobiçava com seus olhos, então foi armando sua tenda cada vez mais próximo dela, e logo estava dentro da cidade -- não mais em uma tenda, mas já morando em uma casa -- e finalmente chegou a ser um juiz municipal, e tudo isso para sua tristeza e ruína. Da mesma maneira, a televisão com suas cenas, que não somente mostram a imoralidade mas que também a ensinam, além de toda sua conversação corrupta, acaso não entorpecerá os sentidos do cristão, até que, por fim, torne sua sensibilidade espiritual fria e endurecida? Devemos perguntar a nós mesmos se desejamos ser como Abraão ou como Ló. Se quisermos ser como o primeiro, então não devemos trazer para os nossos lares qualquer coisa que nos coloque em conexão direta com Sodoma.

Certamente muitos argumentarão que o que temos escrito só trata de um lado do assunto, e que também existem coisas boas que podemos aprender com a televisão. Recentemente tivemos a oportunidade de examinar um livro que tratava de avaliar o que há de bom e de mau na televisão. Foi escrito por Edward John Carnell, Professor Assistente de Teologia Sistemática do Seminário Teológico de Passadena, California, EUA. Em livro ele fala bastante das coisas más que há na televisão, mas as coisas aparentemente boas que citou nada mais são do que os mesmos elementos do mundo que se encontra sob a influência do maligno. Como podem os cristãos se esquecerem das características deste mundo? Concertos, orquestras, filmes religiosos e coisas semelhantes estão no lado limpo do caminho largo. Esse caminho é largo o bastante para acomodar tudo -- tem seu lado limpo e seu lado imundo. E podemos acrescentar aqui que cremos que os filmes de caráter religioso são uma das piores formas de ficção, pois invariavelmente torcem a Palavra de Deus e acabam por apresentar uma mentira. Trata-se de algo especialmente enganoso.

Presumimos que Sodoma também tivesse suas "coisas boas" -- talvez houvesse coisas que Ló apontasse com um certo orgulho cívico, mas tudo se encontrava sob a sentença de juízo, e só servia para enganar o povo. Do mesmo modo, o mundo de Caim (Gênesis 4) tinha algumas coisas boas. Esse assassino adornou sua cidade com comércio, indústria, artes e ciências (Gênesis 4:17-22); mas poderiam os filhos de seu irmão assassinado (se os tivesse tido) apreciar qualquer coisa que viesse de Caim e de seu mundo?

Este mundo matou o Filho de Deus -- o seu Salvador, e meu também, querido irmão. Iremos mudar de lugar a mobília de nosso lar, abrindo espaço para que o mundo ali entre? Não nos esqueçamos de que este mundo está manchado com o sangue precioso de nosso Redentor. Satanás é o seu deus e príncipe, e através dessas coisas está enganando os homens e os levando à destruição. A "concupiscência dos olhos" e a "soberba da vida" -- as coisas que são consideradas melhores neste mundo -- são colocadas na Palavra de Deus lado a lado com as coisas mais vergonhosas das "concupiscências da carne" (Efésios 2:3; I João 2:15,16).

O Senhor ensinou Seus discípulos a orar: "Não nos induzas à tentação" (Mt. 6:13), e disse a Seus discípulos no jardim do Getsêmani: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação" (Mt. 26:41). O cristão que traz tal tentação para o interior do seu lar só pode ser atrevido, orgulhoso ou tristemente indiferente para consigo mesmo, para com seus filhos ou seus hóspedes. Isso nada mais é do que introduzir a tentação e deliberadamente fazer pouco caso de suas consequências.

Existem pessoas que crêem poder controlar a televisão no lar. "Aquele pois que cuida estar em pé, olhe não caia"(I Co. 10:12). Não cremos que possa ser controlada, mas suponhamos que vocês pudessem controlar um veneno mortal; será que iriam correr o risco de deixá-lo em casa, quem sabe até na mesma prateleira com os alimentos? Além disso, a posse de um televisor pode ser um tropeço para outros que talvez vejam em vocês um exemplo. "Seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão" (Rm. 14:13).

Temos ouvido alguns dizerem que a televisão é como as outras invenções - como rádio, automóvel, etc. -- as quais inicialmente foram de difícil aceitação por parte dos cristãos que, por fim, acabaram por aceitá-las. Este raciocínio não tem fundamento. O mundo tem muitas invenções que o cristão não deve usar; por exemplo, o teatro e o cinema já são bem conhecidos e já foram aceitos por muitos dos que professam ser cristãos. Mas será que são apropriados a um verdadeiro filho de Deus? O fato de o tempo passar não altera o que não convém, ainda que cada vez mais cristãos se rendam à sua tentação, e se esqueçam do tipo de pessoas que deveriam ser.
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Que Deus impeça, em Sua graça, que a televisão seja aceita pelos filhos de Deus! "Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas." (Jer. 2:12,13).
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Que Deus nos dê as balanças do santuário com as quais possamos avaliar corretamente as coisas com as quais nos deparamos nos últimos dias. Nem tudo edifica, nem tudo convém. Necessitamos de olhos ungidos para discernir as coisas excelentes e rejeitar as demais.
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Acaso não é a televisão a obra-prima de engano utilizada por Satanás? Não é evidente que ela combina todos os requisitos necessários - "a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida" (I João 2:16) - com os quais engana os homens?
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Os filhos de Israel "tinham luz em suas habitações" (Êx. 10:23) enquanto os egípcios só tinham densas trevas. Você, querido cristão, é filho da luz e seu lar deve caracterizar-se pela presença da luz de Deus. Se você introduz a televisão em seu lar, trará junto com ela "as obras infrutuosas das trevas" (Ef. 5:11). Cuidado com as artimanhas do diabo. Com a ajuda do Senhor, tome a firme decisão de não permitir a entrada em seu lar senão daquilo que seja para a glória de Deus. "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (I Co. 10:31).
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Apresentamos, a seguir, alguns versículos que podem ser aplicados ao nosso tema:
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"Declara-me que é o que tens em casa." (II Rs. 4:2)
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"Entra e vê as malignas abominações... pintadas na parede." (Eze. 8:9,10)
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"Não meterás pois abominação em tua casa, para que não sejas anátema, assim com ela: de todo a detestarás e de todo a abominarás, porque anátema é." (Deu. 7:26)

"Amados... purifiquemo-nos de toda a imundícia..." (II Co. 7:1)

"Abstende-vos de toda a aparência do mal." (I Tess. 5:22)

"Atendei ao que ides ouvir." (Mc. 4:24)

"Não toqueis nada imundo." (II Co. 6:17)

"...não é do Pai, mas do mundo." (I Jo. 2:16)

"...porque não sois do mundo." (Jo. 15:19)

"Que comunhão tem a luz com as trevas?" (II Co. 6:14)

"Sê o exemplo dos fiéis." (I Tm. 4:12)

REFLEXÃO: "Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade e vivifica-me no teu caminho" (Salmos 119:37) - VARC
 (adaptado do texto de Paul Wilson)

Lúcifer - o maior músico de todos os tempos


"Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso eu o atirei à terra..." (Ezequiel 28:17)

Certa vez Deus criou um grande músico, o melhor de todos. Ele foi criado como selo da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Era ungido e em seu corpo haviam tamborins e pífaros. Era perfeito em seus caminhos. Eu o imagino como um grande ministro de louvor lá no céu. Sua equipe de louvor, seus solos e improvisos eram notórios... Mas certa vez, achou-se iniquidade em seu coração. Começou praticar a maldade em seu ministério e chegou ao ponto de achar que seus dons e talentos o faziam maior do que o próprio Deus.

Qualquer semelhança com os músicos de hoje em dia é "mera" coincidência. Está escrito: "Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-te: Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados" (Ez. 28:12-13).

Lúcifer quando foi criado, era um ser perfeito. Porém, nele brotou a iniquidade. Seu coração elevou-se por causa de seus dons e chegou a tal ponto que comprometeu até mesmo sua sabedoria. O resplendor que ele ganhou por causa de seus dons afogaram sua sanidade (Ez 28:17).

Ele chegou ao ponto de declarar: "... Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14:13-14).

A criatura, que tentou ser maior que seu Criador, cego por suas qualidades, foi precipitada e seu fim decretado, tornando-se Satanás. Nisto, ele levou consigo uma terça parte dos anjos, devido ao comércio que fez com seus dons em tal quantidade e o tornou violento e pecador (Ez. 28:16 e Ap 12:4).

Os dons e talentos que Deus dá não faz suas criaturas serem maiores do que Ele próprio. Porém hoje em dia vivemos intensamente a chamada "Síndrome de Lúcifer". É comum vermos em nossas igrejas pessoas que por causa de um dom ou talento, tornam-se egocêntricas, egoístas e semi-deuses. Músicos que vão a igreja somente para se apresentar. Cantores que não suportam que ninguém de qualidade inferior cante com eles. Pastores e lideres que não recebem a mensagem ou não participam do culto com outrem dirigindo ou pregando. Não é difícil hoje em dia, vermos pessoas brigando por microfones, se esguelando para cantar mais alto que os outros, instrumentos no último volume, solos e mais solos de músicos que em um curto espaço na música querem tocar como se fosse a última vez de sua vida; cantores realizando os mais prodigiosos melismas para um simples trecho que é só cantar um "amém"; vários instrumentos solando ao mesmo tempo, e por aí vai.

Seu dom não é importante para Deus! Assustador não é? Deus não quer ser louvado por causa do DOM QUE VOCÊ TEM, mas sim por causa do CORAÇÃO QUE VOCÊ TEM! Não afirmo com isso que você não vai mais usar seus talentos ou dons, mas temos que entender que eles servem apenas para adornar nossa adoração.

Quando a adoração nasce no coração, não precisamos estar preocupados em agradar homens. Tocar um instrumento sem estar com o coração voltado pra Deus nada mais é do que se apresentar. Não é esse nosso propósito. Faremos uma ilustração: "Imagine que você é um fabricante de fitinhas de presente. Certo dia, você resolve me presentear com algumas fitinhas, me ensina como multiplicá-las e usá-las bem. Passado algum tempo, eu lhe trago um presente, que comprei de todo o meu coração, embrulhado e amarrado com a fitinha que você me deu. Com certeza você ficará muito feliz em ver sua fitinha sendo bem utilizada, mas ela não fará diferença em relação ao presente, que é o mais importante." Assim também é relação dons/talentos e adoração. A verdadeira adoração nasce no coração e nossos dons e talentos servem apenas para adorná-lo. Vide exemplo Mar 12:36-44.

Quando deixamos nossos dons e talentos tomar conta de nós, começamos a nos achar auto-suficientes. Criamos em nós o sentimento de que nada acontecerá se não estivermos no meio de qualquer atividade. Começamos a nos considerar maiores do que nossos lideres, pastores e mestres. A humildade passa ao longe. Daí começa o comércio com nossos dons. Barganhamos e montamos a melhor equipe de louvor, banda ou ministério com as seguintes frases:"Se você tocar comigo, seremos os melhores". "O outro grupo é ruim, fique com o meu e você será um sucesso." Não viva em função de seu dom, mas louve a Deus com uma adoração que nasce no coração.

Que nós possamos sempre nos dedicar ao máximo a obra. Que os nossos dons e talentos sejam sempre aprimorados para que nós possamos oferecer a Deus sempre o melhor. Mas, mais do que isso, que possamos nos lembrar sempre que Deus procura os verdadeiros adoradores. Aqueles que estão acima de um dom ou de um talento. Aqueles que oferecem sua VIDA como SACRIFÍCIO VIVO de louvor e que tem acima de tudo o coração voltado pra Deus.

REFLEXÃO: "A música muitas vezes é pervertida para servir a fins maus, e assim se torna um dos poderes mais sedutores para a tentação." - Educação, pág. 166.

Jamais sinta vergonha de Jesus




"Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos (Lucas 9:26)"

A vergonha é uma sensação infeliz que quase sempre embaraça. É comparada a um sentimento de timidez, de acanhamento. Mas neste sentido, analisando as palavras do Mestre no verso acima, notamos que se trata de uma situação onde o cristão se constrange, não se sente bem ao falar de Cristo ou de sua mensagem aos demais. É como se tal situação lhe trouxesse transtorno ao invés de alegria. Justamente a contra-ação do mandamento explícito de Jesus: "Ide e fazei discípulos..." (Mateus 28:19). É impossível fazer discípulos, dar testemunhos de alguém ou de um mestre que se tem vergonha.

Neste contexto, quero compartilhar com os leitores a magnífica história que ouvi num sermão* certa vez. Ela que sempre me faz pensar o quão difícil é para muitos ao redor do mundo falar de Cristo, mas mesmo assim, não poupam palavras e muito menos demonstram VERGONHA ao falar do Seu amor; em carregar sua cruz!

A história tem como personagem principal o Sr Yong. Ele se converteu na China quando o comunismo ainda estava no auge da sua total inflexibilidade. Naquele tempo idéias ocidentais, em especial religiosas, não eram aceitas de maneira nenhuma, inclusive a possibilidade de ser um cristão, algo ilegal naquele momento. Hoje é um páis mais aberto, e o cristianismo se desenvolveu muito, mas continua não sendo aceito com liberdade; não é a toa que neste ano (2009) uma mulher foi executada em praça pública por distribuir bíblias aos seus.

Hoje, às escondidas, existe uma igreja vitoriosa e crescente apesar da dificuldade do desenvolvimento da pregação do evangelho em comparação com países que ainda há liberdade, como o Brasil... isso mesmo, AINDA há! Mas o ponto é que num determinado momento alguém falou do amor de Deus ao Sr Yong e ele prontamente aceitou de todo o seu coração e não conseguia ficar sem falar de Cristo para as pessoas.

Ele tinha o costume de se aproximar das pessoas e dizer assim: "Você conhece o meu amigo Jesus"? E as pessoas de lá então diziam: "Quem é este teu amigo"? Por que afinal de contas o mundo oriental chinês quase não conhece a beleza do evangelho, muito menos naqueles tempos. Por isso, ele aproveitava este "deixa" e demonstrava às pessoas o que este "amigo" havia feito em sua vida e compartilhava do Seu amor, da esperança, da alegria em Cristo com todos os possíveis. E as pessoas perguntavam: "Mas onde é que ele está"? E ele dizia: "No meu coração".

E desta forma o Sr Yong continuava falando, pregando e discursando com lindos versos bíblicos que ele já sabia decór. Claro, com muito cuidado porque ele sabia bem o que poderia lhe acontecer a qualquer momento. Pessoas que eram encontradas falando do evangelho eram presas e neste período, sob o governo de Mao Tse Tung como governante do partido comunista, centenas e centenas de cristãos, além de serem presos, também eram executados com um tiro na testa. Mesmo assim, por onde quer que fosse, sua pergunta valorosa sempre era: "Você conhece meu amigo Jesus"?

Um dia, guardas do exército vermelho chegaram na casa do Sr Yong e bateram na porta. E quando o Sr Yong atendeu um dos guardas já entrou sem pedir licença e disse: "Você que é Yong"? Ele disse: "Sim, sou eu mesmo"! Então o guarda perguntou novamente: "Você que anda falando de um tal de Jesus"? Ele disse novamente: "Sim, sou eu mesmo. Aliás, você ainda não conhece meu amigo Jesus"? E o guarda respondeu furioso: "Eu não conheço, não quero conhecer e você fique quieto e pegue suas malas porque irá conosco"! Neste interim, ele não hesitou em exclamar mais uma vez: "Se você não conhece meu amigo Jesus, deveria conhecê-Lo. Porque Ele mudou a minha vida e pode mudar a sua também!" Assim, os guardas não acreditando no que ouviam, tratando tudo aquilo como uma tremenda ousadia por parte do fiel cristão, disseram que ele poderia ser preso, quando, para a surpresa de todos, o Sr Yong já havia deixado uma malinha preparada com algumas peças de roupas caso aquilo acontecesse.

Desta forma, levaram-no a caminho da prisão. A todo momento iam xingando-o e mostrando aos demais que se encontravam pelas ruas, o que aconteceria com qualquer um deles caso fosse encontrados falando de Cristo.

Sr Yong chegou na primeira prisão. E o diretor do presídio, logo lhe disse: "O senhor sabe porque está aqui?" Ele disse:"Eu acredito que seja por causa do meu amigo Jesus, estou correto?" Aproveitando mais uma vez a brecha, perguntou ao diretor: "Você conhece o meu amigo Jesus?" O diretor respondeu: "Não, eu não O conheço e o senhor está preso por causa dEle". Então ele solenemente disse: "Eu entendo que valha a pena ficar preso por causa dEle. Por que Ele sofreu tanto por minha causa e aliás por causa sua também. Se o senhor soubesse o quanto que Ele lhe ama, o senhor certamente o amaria como eu O amo!"

Sem mais, o diretor lhe enviou para a cela e chegando lá não economizou palavras para falar do "seu Amigo" a todos àqueles novos amigos. Como sempre, desde que o mundo é mundo, muitas pessoas rejeitaram a mensagem do evangelho, mas outras aceitaram e se posicionaram ao lado do amigo Jesus e várias pessoas foram convertidas. Um dia, o diretor não mais aguentando dos rumores e queixas de alguns que só ouviam falar daquele "amigo Jesus", resolveu mandá-lo para outra prisão. E quando chegou lá, aconteceu a mesma coisa. Jamais se envergonhou de Cristo e a todos perguntava com um sorriso no rosto: "Você conhece o meu amigo Jesus"?

O Sr Yong foi evangelizando todos os que estavam ao seu alcance; e pelo Poder do Espírito, muitos outros foram levados aos braços do Mestre.

Um dia, nesta segunda prisão, chamaram o Sr Yong e lhe disseram: "Você é incorrigível. Por isso nós tomamos uma decisão - você será transferido para o campo de King Shai!" Quando o Sr Yong ouviu este nome, ele tremeu nas bases, pois este era o campo mais conhecido e temido em toda a China; lugar onde as pessoas eram exterminadas e muito poucos saíam dali com vida.

No dia em que chegou naquele campo, ele foi levado a uma sala que parecia ser de tortura e então amarraram as mãos dele na parte de trás do corpo e, com um gancho, lhe suspenderam e ele ficou ali levantado com as articulações dos ombros inertes para trás. Além disso, colocaram em seu pescoço um peso para que seu corpo fosse cedendo ainda mais para baixo e lhe causasse mais dor. Neste momento, alguns guardas perguntaram: "Você ainda vai continuar com esta história de Jesus?" E ele dizia: "Eu não posso negá-Lo, porque Ele é maravilhoso. Mesmo neste lugar, eu posso sentí-Lo e assim sinto paz em meu coração. No entanto, vejo que vocês não estão pendurados, amarrados, mas vocês não estão felizes, muito menos em paz, e se acaso vocês O conhecessem, vocês teriam suas vidas transformadas da mesma forma que Ele transformou a minha!"

Naquela posição, o Sr Yong ficou pendurado durante uma semana. Sem comer. Sem beber. Depois de todos aqueles dias, alguém pegou o seu corpo, levou para um lugar fora do campo onde ficavam vários cadáveres de outras pessoas que haviam sido assassinadas, e o jogou em cima dos tantos.

Apesar de tudo, ele não estava morto, mas apenas inconsciente. Deus havia conservado a vida do seu servo! Ele pediu forças a Deus, se levantou e lentamente foi recuperando suas forças até conseguir chegar ao alojamento que estava. Muitos não acreditaram. Perguntavam: "Mas o senhor não estava morto?" E ele respondia: "Não, meu amigo Jesus sustentou a minha vida"! E assim, muitos daqueles que eram mais resistentes, também se renderam ao Poder do Salvador diante do testemunho maravilhoso deste servo de Deus.

Depois de algum tempo, ele foi levado para um interrogatório e como insistia em dizer que não pararia de falar do Mestre, o interrogador mandou que ele esticasse os dois braços e com um pedaço de madeira quebrou-os num golpe violento e, como se não bastasse, ainda com esta mesma madeira, acertou nas suas pernas mais alguns golpes e também as quebrou. Já caído no chão, foi surrado, chutado inúmeras vezes e mais uma vez inconsciente, foi jogado naquela montanha de mortos. Para a surpresa de muitos, senão todos, desta vez com a ajuda de uma pessoa, foi levado novamente para o alojamento e perguntavam: "Mas não é possível, o senhor continua vivo, como pode?" E ele mesmo em tais circunstâncias, dizia: "Eu não falei para vocês, este é meu amigo Jesus... Ele tem poder"!

Depois de algum tempo, já recuperado, alguns dos guardas lhe disseram: "Ok, já que nós ainda não conseguimos te matar, quem irá acabar com a sua vida será o seu próprio Deus!"

Chegando a noite, ele foi retirado do seu alojamento e foi levado para fora do campo. Lá retiraram todas as suas roupas em meio a um inverno extremamente rigoroso que pode chegar a até 40 graus negativos. Foi pendurado em uma estaca e percebendo que daquela circunstância não poderia escapar, já que seria apenas uma questão de minutos para congelá-lo, ele decidiu em seu coração: "Eu sei que vou morrer, mas morrerei orando e cantando"!

De repente, em meio a louvores e orações, ele começou a sentir que "alguém" estava mexendo em suas amarras, tentou olhar para trás, mas não enxergou ninguém, e então entendeu que pela misericórdia de Deus, ali estava um anjo do Senhor pronto a atendê-lo na sua aflição. Ficou extremamente feliz com tudo o que estava lhe acontecendo, e já desamarrado, mas pensativo, lembrou que se o vissem daquela forma, pensariam que algum dos seus amigos já convertidos do alojamento o teria ajudado e assim, surpreendentemente, fez a oração mais estranha da sua vida e pediu novamente a Deus que lhe amarrasse para que seus amigos não sofressem perseguições. E assim foi atendido.

No dia seguinte, o guarda que veio recolher o corpo do Sr Yong, quando o viu de longe ainda corado, disse: "Eu não acredito nisto" e nisto chamou a outros e vários testemunharam aquele acontecimento e não acreditavam no que viam. Fato é que ele foi solto, foi levado novamente ao alojamento e no momento em que chegava, a história diz que todas as pessoas, em especial aquelas que já estavam convencidas do poder de Cristo, levantavam suas mãos para o céu e diziam: "Deus existe, Deus existe".

Em 1979 o governo na China foi mudado e com a saída de Mao Tse Tung, o novo governante estabeleceu que quase todos os presos enclausurados por razões políticas e religiosas deveriam ser soltos. Assim, daquele campo de extermínio, somente 100 de 1500 pessoas saíram com vida. Sr Yong foi uma delas, e foi o primeiro a sair. Em 1995, o Sr Yong disse que ainda recebia cartas de toda a China de pessoas que haviam lhe conhecido na prisão ou onde morava, e que pelo seu exemplo, eram felizes e muito agradecidas por terem ouvido falar do "amigo Jesus" em algum momento de suas vidas.

E o prezado leitor, tem falado do "amigo Jesus" ou "não tem se sentido a vontade" em clamar em alta voz do seu amor? Lembre-se: Há 2000 anos ele veio a esta terra, morreu no meu e no seu lugar e, "semelhante" ao Sr Yong, foi levantado num madeiro, recebeu o peso de todos os pecados do mundo, foi açoitado, pregado, furado, humilhado, e mesmo estando completamente nú, não hesitou em sentir vergonha por você!

REFLEXÃO: "Foi a cruz, esse instrumento de vergonha e tortura, que trouxe esperança e salvação ao mundo. Os discípulos não passavam de homens humildes, sem dinheiro e com nenhuma outra arma que não a Palavra de Deus; entretanto, na força de Cristo eles saíram para contar a maravilhosa história da manjedoura e da cruz e para triunfar sobre toda a oposição. Sem honra ou reconhecimento terrestres, foram heróis da fé. De seus lábios saíam palavras de divina eloqüência que abalaram o mundo" (Atos dos Apóstolos, p.77)

Falta de amor - um sinal do fim



“E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12)


Os discípulos de Cristo, um dia, perguntaram a ele quais seriam os sinais que antecederiam a sua vinda. Ele respondeu esta pergunta numa longa pregação, conhecida como “sermão profético”. Entre os sinais apresentados por Jesus, destaca-se o surgimento de falsos Cristos e falsos profetas, que iriam enganar muitas pessoas. O Filho de Deus falou também de guerras entre as nações e de abalos sísmicos. No entanto, há um sinal que me chama a atenção de forma particular: trata-se daquele que fala do esfriamento do amor. Jesus disse: “E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos”.

A relação que Jesus apresenta é inversamente proporcional: o crescimento da iniqüidade implica no enfraquecimento do amor. Vejam se não é caso do mundo em que vivemos. Na medida em que cresce o pecado em suas mais variadas formas, da corrupção ao crescimento da miséria social, da pornografia a todas as formas de banalização sexual, a violência nas ruas e nos lares, os mais variados tipos de guerra, a destruição da natureza, o individualismo autocentrado e narcisista, esfria-se o amor genuíno e sincero no ser humano. Somos uma geração que vem desaprendendo a amar. Não estou me referindo a uma forma platônica de amor ou aos modelos hollywoodianos que enchem as salas de estar, mas ao amor conforme Deus o revela nas Escrituras, em especial, o amor fileo.

Provavelmente não há nenhum texto mais completo sobre o amor do que I Coríntios 13, um texto que precisa ser revisitado por nós diante daquilo que vemos todos os dias. Naquela epístola, Paulo fala de um amor que é paciente, que não se perde diante da primeira crise ou da primeira desilusão; um sentimento bondoso, não ciumento e humilde. Um amor que não se comporta de forma inconveniente, mas é altruísta, e está sempre procurando atender o interesse dos outros e não o seu próprio. É também um amor que não se ira facilmente, que não guarda rancor, que não se alegra com a injustiça mas que salta de júbilo quando a verdade triunfa. É um amor que sabe que o sofrimento sempre acompanha aquele que ama. Um amor que se sustenta sob fundamentos sólidos e verdadeiros, que não tem a pressa dos egoístas, mas que sabe esperar e possui uma enorme capacidade de suportar adversidades.

Este amor que Paulo nos descreve vem diminuindo e esfriando na medida em que cresce o egoísmo alimentado pelo individualismo da cultura narcisista, onde o que importa sou eu, meus desejos, meus interesses, meu momento, minhas necessidades, minha realização, meus projetos, o que eu penso, quero e preciso. Imagino que quando duas pessoas modernas, com este espírito individualista e narcisista, se encontram e resolvem se amar, envolvem-se num modelo de relacionamento onde, à primeira vista, tudo indica que se trata de um belíssimo e invejável romance. Contudo, diante do primeiro obstáculo, da primeira frustração, de um simples desentendimento, da dor e do sofrimento, ou do cansaço e da vontade de experimentar “novos ares”, abandonam aquele amor que foi grande apenas enquanto durou em troca de um outro que atenda as necessidades de um ego inflado, imaturo e insaciável.

É por causa da iniqüidade deste espírito individualista e narcisista que os pais vão abandonando os seus filhos porque têm coisas mais importantes a fazer, como ganhar dinheiro ou buscar o sucesso, do que cuidar deles e amá-los; alguns tornam-se indiferentes e os abandonam à própria sorte na esperança de que na escola ou na vizinhança encontrarão quem os ame e eduque. Outros há que tentam manipulá-los e controlá-los em virtude da mesma iniqüidade, da mesma falta de tempo e da mesma insegurança. Os mais modernos já preferem não tê-los porque sabem que o amor que possuem não ultrapassa a epiderme – não são capazes de amar nada além do seu próprio ego. Por outro lado, os filhos vêm se rebelando contra seus pais, negando-lhes o respeito e a honra. São também filhos da iniqüidade do nosso tempo, do mesmo individualismo, do mesmo egoísmo.

Os jovens trocaram o amor pelo sexo para descobrirem lá na frente, depois de tantas idas e vindas e muitas “ficadas”, que são bons de cama mas frios e imaturos na arte de construir um amor que supera as fronteiras do egoísmo e que cresce na medida que o tempo passa.

Os escândalos de corrupção que mais uma vez abalam o país têm, na sua raiz, o mesmo mal. Todos buscam o que é seu e nunca o que é dos outros. A epidemia que hoje toma conta da nação não é a corrupção, mas sim a falta de amor. Isto é apenas mais uma expressão de uma nação, onde a iniquidade cresceu tanto, mas tanto, que fez o amor de quase todos murchar.

Nunca fui interessado em decifrar os códigos para adivinhar a data da volta de Jesus. Sei apenas que ele voltará, e isso me basta. No entanto, devo confessar que olhando para o cenário do mundo hoje, tenho orado por uma intervenção divina e espero que ela aconteça logo, seja na forma de um verdadeiro avivamento – daqueles que penetram na raiz do coração humano e o transforma, e não esta panacéia religiosa que alguns chamam de “derramamento do Espírito” – ou de uma intervenção escatológica, final ou não. Oro por isto porque não é mais possível suportar tanta injustiça, tanta miséria, tanta imoralidade, tanto pecado.

Oro também para que Deus nos preserve fiéis a ele e à sua Palavra, para que aqueles que reconhecem o amor divino e são alimentados e inspirados por ele cresçam cada vez mais amparando o pobre, cuidando do necessitado, lutando pela justiça, permanecendo fiéis aos termos da aliança com Deus e com o próximo. Jesus, naquele sermão profético, afirma que “o amor se esfriará de QUASE TODOS”. E é nesta pequena exceção que quero me incluir, a mim e a você, mesmo que sejamos apenas um "pequeno remanescente", mas um remanescente que não se curva diante dos Baalins do mundo moderno.

REFLEXÃO: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Coríntios 13:4-7)

Ciúmes






"O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba." (I Cor. 13:4-8)

Ciúmes e inveja são duas coisas distintas. Ter ciúmes não é pecado; o pecado é deixar o ciúme arder de inveja. Explico. A escritura afirma que Deus sente ciúmes de seu povo; o Espírito Santo sente ciúmes de nós. Ciúmes é o zelo por aquilo que nos pertence e que não queremos perder. Diferentemente da inveja. Esta é o desejo de possuir aquilo que não é nosso. Aí reside a diferença.

Nos dez mandamentos Deus fala da inveja, a obsessão de querer possuir o que o vizinho tem, por isso, não devemos cobiçar a mulher do próximo nem a propriedade do vizinho. Não nos pertencem. Quanto ao ciúme, ou zelo, é bem diferente. Temos de zelar por aquilo que nos foi dado. Não podemos cobiçar o carro do próximo, mas podemos zelar pelo nosso carro. Quando emprestamos o carro, nos preocupamos como nos será entregue; se amassado, sujo ou o quê. É zelo. Nos pertence. Não queremos perdê-lo. É ciúme por algo que nos sai caro e que nos pertence. Diferentemente do desejo incontrolável - inveja - em ter um carro como o do vizinho.

Deus sente ciúmes de nós porque lhe pertencemos e não quer nos perder para o diabo. “Fez Judá o que era mau perante o Senhor; e, com os pecados que cometeu, o provocou a zelo, mais do que fizeram os seus pais” (1 Rs 14.22). Ou como afirmou Tiago: “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” (Tg 4.5).

A diferença entre as duas palavras no idioma português e seu sentido passou desapercebida aos tradutores da Bíblia que deveriam cuidar para colocar “zelo” em lugar de ciúmes e “inveja” no seu lugar apropriado. A Lei de Moisés trata da questão do ciúme do marido, quando sua esposa o abandonar com outro homem e orienta o tipo de sacrifício a ser feito. Não é errado ter ciúmes da mulher que o abandona; errado, é ter inveja da mulher do próximo. Deus formou a igreja, e além de outros propósitos com ela, no seu plano eterno quis colocar em ciúmes o povo judeu, porque esta era a nação de Deus. Como o povo de Israel não lhe foi fiel, ele, se “casou” com a igreja; “Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes” (Rm 11.11).

Por exemplo, a palavra ciúmes no texto de Romanos 10.19, não é apenas Zeloo no grego, mas parazeloo, indicando comparação. Os judeus haveriam de ver um outro povo sendo chamado pelo nome de Deus e teriam ciúmes deste povo. “Pergunto mais: Porventura, não terá chegado isso ao conhecimento de Israel? Moisés já dizia: Eu vos porei em ciúmes com um povo que não é nação, com gente insensata eu vos provocarei à ira”.

Os apóstolos orientavam os irmãos a não terem ciúmes um do outro, porque na igreja de Atos não poderia haver ciúmes, visto que todos eram iguais, especialmente entre os obreiros. Isto é, por que ter ciúme de meu irmão? Ambos somos propriedades de Deus, e isto basta! “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem” (1 Co 3.3). E que ciúme era este? Os irmãos passaram a ter problemas entre eles porque uns seguiam a Paulo, outros a Pedro e outros a Apolo, e os mais espirituais, a Cristo. Havia ciúmes entre eles pela liderança!

O ciúme existia entre os discípulos antes da descida do Espírito Santo, e houve até mesmo uma disputa entre eles para saber quem era o maior. Jesus tratou deste assunto com muita clareza. Ele usou o desejo da grandeza, ou ambição por querer ser o maior no reino, e redimiu este desejo - pois existe lugar para ambição no Reino: “Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva” (Mc 10.43). O desejo de ser grande é correto - agora, torne-se grande sendo servo dos demais. Ele transformou o egoísmo em “outrosísmos”: servir aos outros. Ele colocou a necessidade da pessoa em querer ser grande no seu lugar certo e pôs, o desejo e a pessoa a funcionarem a favor do reino.

Depois, continuou: “e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” (Mc 10.44). Se você quer ser grande, tem de primeiro ser servo de todos; se quiser ser o primeiro, entre os grandes, tem de ser escravo de todos. Assim, o grau de grandeza é determinado pelo grau da auto-doação. Torne-se um servo e será grande; um escravo, e será o primeiro.

REFLEXÃO: " 'Os Seus servos O servirão.' Apoc. 22:3. A vida na Terra é o princípio da vida no Céu; a educação na Terra é a iniciação nos princípios do Céu; e o trabalho aqui é o preparo para o trabalho lá. O que hoje somos no caráter e serviço santo, é o prenúncio certo do que seremos. 'O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir.' Mat. 20:28. A obra de Cristo neste mundo é Sua obra nos Céus, e a nossa recompensa por trabalhar com Ele neste mundo será o maior poder e mais amplo privilégio de com Ele trabalhar no mundo vindouro" (Educação, p. 307-308)

(adaptado do texto do Pr. João A. de Souza Filho)

sábado, 28 de janeiro de 2012

Reforma trabalhista reforça descanso dominical




O acordo assinado [no dia 18] entre o governo [português], os patrões e a UGT estabelece a eliminação do descanso compensatório por trabalho suplementar. Ou seja, trabalhar num sábado passará a traduzir-se apenas num acréscimo de remuneração, que não acumula com um dia de descanso. A medida consta da versão final do "Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego", e terá "carácter imperativo". Isto é, os patrões deixarão de ter a opção de escolher entre as duas formas de compensação. Na prática, isso significa que os empregados poderão ser chamados a trabalhar seis dias por semana, até um máximo de 25 vezes no ano (Diário de Notícias).

"Com os bancos de horas agora aprovados, vai ser possível trabalhar até 25 sábados por ano. Se um ano tem apenas 52 sábados e se contarmos com os sábados das férias, concluímos que o descanso no domingo é o único dia que fica garantido", disse à Lusa o secretário geral da CGTP, Carvalho da Silva (Diário de Notícias).

O governo de Portugal e sindicatos fecharam [na terça-feira 17] um acordo sobre um pacote de reformas trabalhistas sob os termos de um plano de resgate econômico patrocinado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE).

Para obter o apoio da União Geral de Trabalhadores (UGT), uma das maiores centrais sindicais, o governo derrubou uma de suas principais propostas: o aumento de oito para oito horas e meia da jornada de trabalho.

Entre outras medidas, o acordo encurta o período de férias de 25 para 22 dias por ano e elimina quatro feriados nacionais, dois religiosos e dois civis. Além disso, flexibiliza a maneira como as empresas administram as horas extras dos funcionários. Também aumentou de 200 para 250 o limite de horas extras quando a negociação é feita por convenção coletiva. [...]

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho celebrou o acordo, dizendo que “temos hoje uma importante coligação social” em Portugal. Ele agradeceu “a todos aqueles que saem da sua zona de conforto” e encontraram “a abertura necessária” para o acordo. Já o sindicalista Arménio Carlos, da CGTP, disse que o acordo é um “retorno ao feudalismo” que aumentará a a desigualdade e a pobreza” no país.

Portugal é um dos países mais afetados pela crise da dívida na Europa e vem adotando medidas de austeridade para receber um socorro de 78 bilhões de euros (Valor Econômico).

Nota do blog Minuto Profético: "Os sindicatos serão um dos instrumentos que trarão sobre a Terra um tempo de angústia tal como nunca houve desde o princípio do mundo" (Ellen White,Eventos Finais, p. 116).

O tempo de angústia mencionado no texto acima é o de Daniel 12:1. Portanto, a atual crise econômica e todas as "reformas trabalhistas" que forem surgindo ao redor do mundo daqui para frente também evidenciam que a crise final está às portas...

Em tempo: "Após Portugal, agora é a vez de Espanha, França e Itália impulsionarem por profunda flexibilização do mercado de trabalho, alegando que isso é essencial para evitar ainda mais desemprego em meio à deterioração econômica" (Valor Econômico).

"Tanto no Velho como no Novo Mundo o papado receberá homenagem pela honra prestada à instituição do domingo, que repousa unicamente na autoridade da Igreja de Roma" (Ellen White, O Grande Conflito, p. 579).

"A história se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primeiro dia da semana, um dia comum de trabalho que não possui santidade alguma, será estabelecido como o foi a estátua de Babilônia. A todas as nações, línguas e povos se ordenará que venerem esse sábado falso" (Eventos Finais, p. 134, 135).

"O que se passa em Portugal?"




Desde a terceira semana de janeiro de 2012 estamos recebendo notícias de arrocho legal contra os guardadores do sábado, em Portugal. Estamos em nosso site divulgando desde quase um ano sobre a iminência de uma crise econômica muito forte, a 3ª depressão na economia global. Os países adiantados estão, de forma inédita, em gravíssima crise econômica em tempos de relativa paz. E aos poucos se justificam medidas drásticas para salvar as economias e os empregos. Os sindicatos irão aliar-se nessa luta pela sobrevivência. E o sábado será atacado. Começou em Portugal, um país onde a Inquisição foi forte, assim como na Espanha, Itália e França.

O governo português tomou uma decisão, que tornou legal, com apoio dos sindicatos, que os empresários lá poderão convocar os trabalhadores em 25 sábados ao ano, sem pagamento de hora extra. Agora o sábado é um dia normal de trabalho, como os dias que o antecedem.

Com agirão os que guardam o sábado, nesse país? Deverão começar a viver pela fé. É a sacudidura mais forte iniciando.

Elen G. White explica que haveria 4 estratégias de satanás contra a Igreja Adventista, antes do fim. Estamos explicando isso de forma simplificada, mas podem ler na próxima inserção, a que segue essa, sob o título “Ciladas de satanás” (ver abaixo). Ali entenderão sobre essas quatro estratégias. É preciso ler bem, pois a irmã White não usa esses termos.

As quatro estratégias são:

1ª) mornidão, ou mundanismo: manter a igreja voltada para o mundo, de modo que ela morna e não conclua nunca a pregação do evangelho;

2ª) opressão, caso a igreja se reaviva (o que acontece desde 2009, por iniciativa do Pr Ted Wilson), e inicie a pregação do Alto Clamor (também a igreja já está crescendo na pregação de verdades que incomodam Babilônia), ensine sobre o verdadeiro dia de guarda, virá a opressão, para tornar impossível a santificação do sábado (é isso que está acontecendo em Portugal);

3ª) decreto dominical, caso a opressão não intimide os guardadores do sábado, então vem o decreto dominical;

4ª) decreto de morte, último recurso, o mais radical, contra o povo de DEUS. Essa estratégia antecede a sétima praga, e é um ato de vingança diante da iminente derrota de satanás e seus aliados, mas será sem efeito prático, pois nenhum santo será morto.

É importante que entendamos o que se passa pelo mundo. Mas muito mais importante é o preparo para permanecermos em pé e não sermos sacudidos da igreja em direção ao mundo.

Segundo é indicado no rodapé da página, esse capítulo foi publicado originaria-mente no ano 1884, em The Spirit of Prophecy, vol. 4, escrito para a Igreja. Quando Ellen White planejou a apresentação do relato que agora constitui a (Série do Conflito dos Séculos), a qual poderia ser divulgada entre o povo em geral, ela resolveu omitir da edição ampliada de O Grande Conflito, publicada em 1888, alguns trechos escritos es-pecialmente para a Igreja.

Ela reconhecia que algumas coisas, que podiam ser ditas apropriadamente para a Igreja, não seriam tão apropriadas para os que não eram mem-bros da Igreja. Ao se aproximar o povo de Deus dos perigos dos últimos dias, faz Satanás ardo-rosa consulta com seus anjos quanto ao plano de maior êxito no sentido de lhes trans-tornar a fé. Vê que as igrejas populares já estão sendo embaladas para dormir, pelo seu poder enganador. Por meio de agradáveis enganos e mentirosas maravilhas, pode ele continuar a conservá-los sob o seu domínio. Dirige portanto seus anjos para que lancem suas ciladas especialmente para os que aguardam o segundo advento de Cristo e se estão esforçando por observar todos os mandamentos de Deus.


Diz o grande enganador: "Devemos vigiar aqueles que estão chamando a atenção do povo para o sábado de Jeová; eles levarão muitos a ver as exigências da lei de Deus; e a mesma luz que revela o verdadeiro sábado, revela também a missão de Cristo no santuário celestial, e revela que a última obra para a salvação do homem está agora indo avante. Conservai nas trevas a mente do povo até que esta obra termine, e teremos conseguido o mundo e a igreja também.


"O sábado é a grande questão que deve decidir o destino de almas. Devemos exaltar o sábado criado por nós. Temos feito com que ele seja aceito tanto pelos munda-nos como pelos membros da igreja. Deve agora a igreja ser levada a unir-se com o mundo em sua defesa. Devemos trabalhar por meio de sinais e maravilhas para lhes cegar os olhos quanto à verdade, e levá-los a pôr de lado a razão e o temor de Deus e a seguir os costumes e tradições.


"Influenciarei os pastores populares a desviar dos mandamentos de Deus a aten-ção dos ouvintes. Aquilo que as Escrituras declaram ser uma perfeita lei de liberdade, será representado como um jugo de servidão. O povo aceita as explanações das Escritu-ras de seus pastores, e não estuda por si mesmo. Portanto, atuando por meio de seus pastores, posso dominar o povo de acordo com a minha vontade.


"Mas nossa principal preocupação é silenciar esta seita de observadores do sába-do. Devemos despertar contra eles a indignação popular. Alistaremos ao nosso lado grandes homens e homens sábios segundo o mundo, e induziremos aos que estão em autoridade a executar os nossos propósitos. Então o sábado que eu estabeleci será força-do pelas leis mais severas e obrigatórias. Os que as desrespeitarem, serão tocados das cidades e vilas e levados a passar fome e privação. Uma vez que tenhamos o poder, mostraremos o que podemos fazer com os que não se desviam de sua fidelidade a Deus. Levamos a igreja romana a infligir prisão, tortura e a morte àqueles que recusavam seguir aos seus decretos; e agora que estamos pondo as igrejas protestantes e o mundo em harmonia com esse braço direito de nossa força, finalmente termos uma lei para exter-minar a todos os que não se submeterem à nossa autoridade. Quando se fizer da morte a penalidade da violação do nosso sábado, então muitos dos que agora estão nas fileiras dos observadores dos mandamentos, passarão para o nosso lado.


"Mas antes de adotarmos estas medidas extremas, devemos exercer toda a nossa sabedoria e sutileza para enganar os que honram o verdadeiro sábado e engodá-los. Po-demos separar muitos de Cristo, pela mundanidade, luxúria e orgulho. Podem julgar-se salvos porque crêem na verdade, mas a condescendência com o apetite, as paixões mais baixas que confundirão o juízo e destruirão o discernimento, causar-lhes-ão a queda.


"Ide, fazei com que os donos de terras e de dinheiro se embriaguem com os cui-dados desta vida. Apresentai o mundo diante deles em sua mais atraente luz, que acu-mulem o seu tesouro aqui, e fixem sua atenção sobre as coisas terrenas. Devemos fazer o máximo para evitar que os que trabalham na causa de Deus obtenham meios para usar contra nós. Conservai o dinheiro em nossas próprias fileiras. Quanto mais dinheiro obti-verem, tanto mais prejudicarão nosso reino tirando de nós os nossos súditos. Fazei com que se preocupem mais com o dinheiro do que com a edificação do reino de Cristo e a disseminação das verdades que odiamos, e não precisamos temer-lhes a influência, pois sabemos que toda a pessoa egoísta e cobiçosa cairá em nosso poder, e finalmente se separará do povo de Deus.


"Por meio daqueles que têm uma forma de piedade, mas não lhe conhecem o poder, podemos ganhar muitos que de outra maneira nos causariam grande mal. Os mais amantes dos prazeres do que amantes de Deus, serão os nossos mais eficientes auxiliares. Os que pertencem a essa classe, forem mais aptos e inteligentes, servirão de chamariz para atrair outros para as nossas ciladas. Muitos não lhes temerão a influência, porque professam a mesma fé. Levá-los-emos então a concluir que as reivindicações de Cristo são menos estritas do que uma vez creram, e que pela conformação com o mundo exercerão maior influência sobre os mundanos. Assim se separarão de Cristo; então não terão forças para resistir ao nosso poder, e dentro de pouco tempo estarão prontos para ridicularizar o seu antigo zelo e devoção.


"Enquanto não for dado o grande golpe decisivo, devem nossos esforços contra os observadores dos mandamentos ser incansáveis. Devemos estar presentes em todos os seus ajuntamentos. Especialmente em suas grandes reuniões, nossa causa muito sofrerá, e devemos exercer grande vigilância, e empregar todas as nossas artes sedutoras para evi-tar que as almas ouçam a verdade e por ela sejam impressionadas.


"Terei no terreno, como meus agentes, homens que mantenham falsas doutrinas misturadas com justamente suficiente verdade para enganar almas. Também terei presentes pessoas incrédulas, que expressarão dúvidas quanto às mensagens de advertência do Senhor à Sua igreja. Lesse o povo e cresse essas admoestações, e pouca esperança poderíamos ter de vencê-los. Mas se pudermos desviar-lhes a atenção dessas advertên-cias, permanecerão ignorando nosso poder e sagacidade, e finalmente os ganharemos para as nossas fileiras. Deus não permitirá que Suas palavras sejam menosprezadas im-punemente. Se pudermos conservar as almas enganadas durante algum tempo, retirar-se-á a misericórdia de Deus, e Ele as abandonará ao nosso completo domínio.


"Temos de causar lutas e divisões. Temos de destruir a ansiedade deles por sua própria alma e levá-los à crítica, aos juízos temerários, acusando e condenando-se uns aos outros, a idolatrar o egoísmo e a inimizade. Por causa destes pecados, Deus baniu-nos de Sua presença; e todos quantos seguirem o nosso exemplo terão sorte idêntica." (Testemunhos para ministros e obreiros evangélicos, cap. 66 no CD, p. 472 a 475).

Todos Devem Representar a Cristo

“Todos os que assim falsamente representam a Cristo estão imprimindo um molde errado à obra; pois encorajam os que com eles estão ligados a fazerem o mesmo. Por amor de sua alma, por amor àqueles que correm o risco de sua in-fluência, devem eles resignar sua posição; pois no Céu aparecerá o registro de que o praticante do mal tem em suas vestes o sangue de muitas pessoas. Ele fez com que alguns ficassem exasperados, de tal modo que abandonaram a fé; alguns se têm imbuído dos seus próprios atributos satânicos, sendo impossível avaliar o dano a eles causado. Somente aqueles que manifestam que seu coração está sendo santificado pela verdade devem ser mantidos em posições de confiança na obra do Senhor” (Testemunhos para ministros e obreiros evangélicos, 262, grifos acrescentados)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cristão Limão ou Cristão Melancia?






O limão e a melancia são duas frutas muito diferentes, porém com algumas características semelhantes.

- Ambas são da Classe das Magnoliopsidas
- Ambas têm, normalmente, a casca esverdeada
- Ambas são ricas em vitaminas B e C
- Ambas são ricas em sais minerais (Ferro, Cálcio e Fósforo)
- Ambas produzem um suco muito refrescante
- Ambas possuem baixo teor calórico (em 100g, o limão possui 25 calorias, e a melancia, 32).

Por outro lado, existem algumas diferenças bastante visíveis entre as duas frutas. A que eu gostaria de destacar é o SABOR.

O limão, por ser rico em ácido cítrico, tem um sabor fortemente azedo. Já a melancia é bastante suculenta (90% da polpa é de água) e de sabor adocicado. Aliás, apenas por curiosidade, sou "especialista" em escolher boas melancias...rsrs

O Cristão "Limão"

Este é aquele cristão que, às vezes, tem excelentes qualidades, assim como o limão. Pode até mesmo ser uma pessoa extremamente inteligente e culta nos assuntos bíblicos, doutrinários, teológicos, etc. Geralmente conhece a Bíblia de capa-a-capa. É aquele que sabe textos bíblicos de cor, e os recita na ponta da língua. Ganha muitos concursos bíblicos, e já decorou o Salmo 119 quase todo (rsrs). É um dos primeiros a chegar na igreja, e se orgulha de seus gostos conservadores.

Mas é azedo... ácido.

É uma pessoa muito crítica, que só consegue ver o defeito, os erros, nas outras pessoas. É aquele que não mede as palavras e, frequentemente, as utiliza para machucar e causar sofrimento. Ele não pensa duas vezes antes de apontar o dedo e acusar, criticar, magoar. Está sempre insatisfeito e falando mal de tudo e de todos (principalmente dos pastores). Na hora do almoço, para o cristão "limão", o prato principal é falar sobre os erros dos seus "irmãos" (a roupa, a música, a pregação, a recepção...tudo). Nada o satisfaz plenamente.

Talvez fosse deste tipo de cristão (o "limão") que Tiago se referia quando escreveu:
"Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã" (1:26).

"Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!" (3:5).

E o próprio Salomão, centenas de anos antes de Tiago, também já havia falado sobre isso:
"O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias" (Prov. 21:23).

O cristão "limão" tem muitas qualidades, mas tem um péssimo defeito: SEU SABOR... argh!

O Cristão "Melancia"

Este também é muito valioso. Também se dedica a estudar a Bíblia profundamente, e está sempre entre os que mais a conhecem. Sabe defender sua fé, mas utiliza as palavras de forma a construir bons relacionamentos, que facilitam a entrada de Jesus na vida das pessoas. Ele procura entender as dificuldades dos seus irmãos, e se coloca à disposição para ajudar. Está sempre preocupado com os que estão desanimados na fé, e os visita com frequência levando palavras "doces" e edificantes. O "melancia" não vai na casa de um irmão apenas para saber se a TV está ligada na novela, ou se estão assistindo o Globo Repórter... ele vai por que ama as pessoas.

A grande vantagem do cristão "melancia" sobre o cristão "limão" é exatamente O SABOR. As palavras doces, o espírito amigável e reconciliador, o semblante terno e convidativo, são características do cristão "melancia". Nem todos gostam dele, mas isso não é problema, pois ele continuará sendo "doce" do mesmo jeito.

"A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira" (Prov. 15:1).

"A longanimidade persuade o príncipe, e a língua branda esmaga ossos" (Prov. 25:15).

Conclusão

Muitos de nós alternamos os dois tipos de Cristianismo: hora somos "limão", hora somos "melancia". Os dois são muito importantes, e precisam co-existir.

Mas não há dúvidas de que o cristão "melancia", que sabe usar as palavras na hora certa, sem ferir ou machucar desnecessariamente, é aquele que nós mais precisamos nas horas em que a "sede" da alma aperta.

Limão ou Melancia, você decide o que deseja ser!